sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Avaliação e Futuro

Vivemos o sonho de sediar uma Olimpíada no Brasil. Aquilo que sempre olhávamos de longe, admirando os grandes, pudemos presenciar em nossa casa.

Achei fantástico poder observar as fotos e compartilhamentos dos muitos amigos que se envolveram diretamente com esse espetáculo, árbitros, voluntários e atletas; vi em cada um deles a alegria de estar vivendo um sonho.

Acredito que os atletas brasileiros tem se comportado de forma incrível e aos poucos estamos compreendendo que teremos o nosso lugar entre as maiores nações esportivas do mundo. 

No Tiro com Arco evoluímos. Tivemos resultados que não haviam sido alcançados antes. A Ane Marcelle e o Bernardo avançaram, isso foi fantástico! Podemos ganhar e vamos ganhar! Parabéns a todos os membros da equipe: Sarah, Ane Marcele, Marina, Marcus, Daniel e Bernardo.

Nosso material humano é muito bom e quanto mais atletas houver na linha de tiro, mais chances teremos de ganhar novamente, mas eu não posso deixar de analisar que o modelo escolhido para chegar ao Ouro olímpico em 2016 foi equivocado. 

O esporte se trata de inclusão, de crescimento e formação de massa crítica. A Confederação, em 2011, criou um modelo de exclusão, sem regras e objetivos claros, o que deixou os atletas confusos, inseguros e pouco alinhados com o objetivo de ser CAMPEÃO OLÍMPICO. Sei disso por que estivemos muito perto de levar uma equipe completa já em Londres e não levamos por que criamos divisões quando deveríamos somar.

Como atleta, sei que, se tivermos uma meta clara, vamos buscá-la a qualquer custo. Não é possível cumprir uma missão se ela muda a cada instante, é necessário sentar com todos aqueles envolvidos com o arco e definir objetivos coletivos e individuais. 

Não só os atletas da seleção, mas cada atleta, cada técnico, cada árbitro, cada dirigente. Quantos arqueiros não querem melhorar suas pontuações? Quantos técnicos não querem aprender mais? Quantos árbitros não querem arbitrar grandes competições?

Precisamos tratar cada indivíduo da maneira especial que ele merece ser tratado. Precisamos trazer todos para trabalhar juntos. Cada apaixonado pelo arco deveria ser importante para a Confederação, todos podem e devem contribuir, há sinergia no trabalho em equipe e eu acho que nós não trabalhamos juntos para conquistar este ouro. 

Queria que neste ano os presidentes das Federações pensassem nisso. Vamos começar um novo ciclo olímpico. Quais são nossos objetivos? Onde queremos chegar? Vamos aproveitar o aprendizado da Olimpíada ou vamos continuar seguindo na linha da pouca transparência, do pouco contato com o atleta e com a exclusão de quem pensa diferente?

Brasil, vamos subir no lugar mais alto do pódio!

Nenhum comentário:

Postar um comentário